Metralhadora
Arma de fogo automática que
funciona pela ação direta dos gases da própria carga de projeção ou pelo recuo
do cano, e com sistemas de alimentação, ejeção e arrefecimento apropriados,
podendo manter tiro contínuo e rápido durante apreciável período de tempo.
Utiliza munição de calibres variados. Atira, normalmente, presa a um reparo
cuja estabilidade permite o tiro por cima de cobertas e por sobre a tropa
amiga.
A primeira concepção de arma de
tiro rápido surgiu com o aparecimento das armas de fogo, pela necessidade de
ser aumentado o volume de fogo no campo de batalha. Vários tubos de pequeno
calibre eram montados sobre um reparo-plataforma. Há notícias do emprego dessa
máquina em Gand (1382) e na batalha de Marignan (1515), onde já eram disparados
50 projéteis simultaneamente. Entretanto, a metralhadora só evoluiu rapidamente
na segunda metade do século XIX. Em 1862 Richard J. Gatling construiu uma arma
de vários canos acionados por uma manivela que os girava como o tambor de um
revólver. Sua cadência normal era de 600 tiros em um minuto. Outras
metralhadoras primitivas que deram resultado satisfatório foram a Nordenfelt e
a Gardner. A primeira metralhadora verdadeiramente automática foi a inventada
por Hiram Maxim, em 1884. Dispunha de um
único cano, alimentado por uma longa fita de cartuchos. Aproveitando a força do
recuo da arma para carregar, disparar e ejetar os cartuchos usados. Seu sistema
de arrefecimento consistia numa camisa exterior cheia de água, colocada ao
redor do cano. A metralhadora Browning foi a primeira que empregou o sistema de
funcionamento pela ação dos gases e alta pressão. No momento do disparo parte
deles é colhido por um pequeno orifício no cano (evento) impelido um êmbolo
para trás. Quando o êmbolo novamente avança, faz repetir o processo de tiro e,
assim, a arma dispara automaticamente enquanto o atirador pressionar o gatilho.
Na I Guerra Mundial as
metralhadoras, pesadas e leves, foram empregadas como armas orgânicas das
unidades combatentes. O exército francês
adotou a Hotchkiss, arrefecida a ar. Os ingleses empregaram a Vickers, menos pesada e
semelhante à Maxim. O exército dos EUA adotou a Browning em 1917. O alemão
serviu-se da Maxim, da Schwarlose e da Bergmann. Quanto às metralhadoras leves,
a Lewis, de arrefecimento a ar, deu resultados satisfatórios. Foi utilizada,
tanto em terra como em aviões. Encerravam-se os cartuchos em alojamento redondo
e plano, situado em cima da arma. A Bren veio substituí-la em grande parte.
A II Guerra Mundial acarretou
grande aperfeiçoamento nas metralhadoras, não tnato nos seus sistemas, que
continuam basicamente os mesmos, mas em detalhes que permitiram diversificar o
seu emprego tático. Os alcances passaram a variar de cinco a nove quilômetros,
para atender ao tiro longínquo, antiaéreo e anticarro. Das metralhadoras
pesadas sobressaiu a Browning, norte americana, pela variedade de emprego. Apta
à defesa antiaérea, foi também empregada na defesa anticarro e no tiro de
apoio.
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